Monday, August 11, 2008

A derradeira cicatriz...

Pensei muito em ti estas férias. Por tudo. E por nada. Quando comecei a recear que fossem mais umas férias em que estivesses omnipresente no meu pensamento, eis que sonho contigo duas vezes. Em duas noites consecutivas. E desta vez, não foi um dos nossos sonhos de sintonia, de partilha. Sonhei com a noite em que acabámos. Sonhei com essa noite de Julho em que puseste fim ao nosso sonho.
E lembrei-me de tudo, (re)vivi todos os sentimentos de mágoa, de tristeza, de revolta, de incredulidade que essa noite me trouxe. E voltou a ser claro no meu espírito (e sobretudo no meu coração) o quanto me magoaste. Como não te portaste bem comigo, como me trataste.
Ao acordar, abro os olhos e desperto para o pesadelo que imaginei ser o resto dos meus dias sem ti - mas, acima de tudo, acordo com uma inabalável certeza da desilusão que foste para mim nesse momento. Como te deixaste deslumbrar por uma vida que tinhas tanta certeza viria a ser melhor do que a que eu tanto sonhava dar-te... Ainda hoje me surpreende a facilidade, a ligeireza como nos deixaste para trás...
E dou por mim pensar como, naqueles dias que se seguiram, ainda mantive a secreta esperança de tudo voltasse atrás, que percebesses que era cmg que querias ficar. Que estúpido fui! Há tanto tempo que já estavas a viver outra vida, com a cabeça e o coração longe de mim...
Mas por mais que tenha doído, tenho hoje a mesma certeza absoluta que tive naquela noite - nunca, mas nunca, te faria o mesmo. Desse o mundo as voltas que desse. Nunca te magoaria daquela forma. Nunca te deixaria. Nunca te trocaria.
Não há outra mulher como tu, é certo. Mas na profunda lucidez de dois sonhos, cicatrizei-te em definitivo. Esqueci-te.